quinta-feira, maio 29, 2008

Futsal - Análise detalhada da Época

A Secção de Futsal concluiu no passado dia 17 de Maio a segunda parte de um projecto, iniciado aquando da formação da Comissão Administrativa em Maio de 2006 e continuado sob o mandato iniciado em Novembro de 2006 pelos actuais Corpos Gerentes, projecto este que se divide em duas fases, e que é a forte aposta em termos desportivos desta Direcção.
A primeira fase terminada agora, que registou e marcou, em dois anos feitos e marcos históricos significativos para o clube.
O primeiro passo desta primeira fase, concluído a época passada, tinha como objectivo aferir a potencialidade da modalidade no nosso Concelho e a aceitação por parte dos agentes desportivos e população em geral ao futsal. O resultado, foi como é sabido, totalmente positivo, com uma estrutura toda ela acende em pessoas do Concelho conseguiu-se um feito até então não alcançado, o Clube sagrou-se Campeão Distrital de Futsal, e tinha agora a responsabilidade de representar o Distrito de Beja, mas acima de tudo, tinha sob os ombros o peso de levar e dignificar o nome da nossa Terra a vários locais do nosso país.
É sob esta responsabilidade que iniciamos a segunda metade da primeira fase do nosso projecto. Em Junho do ano passado, e depois de acertados os atletas que renovariam contrato, era importante tomar uma decisão que poderia ser determinante para toda a época e porventura para o futuro da modalidade no nosso Clube.
Havendo dois caminhos por onde poderíamos seguir, sendo o primeiro ir contratar jogadores já habituados ás andanças de um nacional mas que seguramente pediram condições financeiras para jogarem com a camisola do GDC Baronia, e o segundo ir contratar jogadores tendo em consideração mais o seu carácter e perfil de verdadeiros "profissionais" embora puramente amadores.
Partindo do principio que esta secção teve, tinha e terá sempre como prioridade o controlo financeiro não dando passos, neste capítulo, maiores que a pernas, era obvio que o caminho escolhido sem qualquer tipo de hesitação fosse o segundo.
Apesar de muitas criticas, aqui neste mesmo blog, à forma como foi feita a selecção dos jogadores contratados sabíamos que eram estes os homens certos para levar o nome do nosso clube, honrando-o e dignificando a todos os locais onde iríamos jogar.
A época teve inicio no final de Agosto com um plantel formado por catorze atletas, três guarda-redes (Salvador, Vítor Dias e Bruno Maldonado) e onze jogadores de campo (João Alexandre, Luís André, Jorge Santos, João Tripa, Nuno Miguel, Nuno Rosário, Dário Pataquinho, Vítor Baião, Diogo Rosado, Paulinho e Raul), sendo que sete transitavam da época anterior e sete eram novos jogadores, tendo como base jogadores do nosso Concelho, o que para nós foi, é, e será sempre fundamental para o futuro da modalidade no nosso clube, prestando nós, assim o nosso contributo para a pratica desportiva das gentes da nossa Terra.
Quanto à equipa técnica, a sua formação foi também fundamental para o crescimento dos atletas. Para além do treinador principal (Miguel Carvalho), o treinador-adjunto (Bruno Carvalho) que a época passada não esteve muito presente com a equipa, este ano foi figura presente junto do plantel, o que foi muito importante para todos.
A pré-época foi programada de acordo com dois aspectos importantes, a vertente desportiva e a vertente financeira. Se desportivamente era bastante complicado na zona onde estamos inseridos, ter equipas a trabalhar tão cedo e que fossem adversários importantes para o crescimento da equipa nas vertentes físicas e técnico-táctica, teríamos de encontrar fora da nossa zona equipas capazes de satisfazer estes requisitos e que não fossem contra o nosso orçamento para a época.
Assim foi, Atlético Clube das Alcáçovas (distrital de Évora), Fontainhas (2ª divisão nacional) e Portimonense (distrital do Algarve), foram os adversários escolhidos para testar as capacidades da equipa e o seu crescimento ao longo da pré-época.
Os resultados eram indicadores de que a equipa tinha potencial para fazer um bom campeonato, faltando para isso melhorar em alguns aspectos, tais como alguns aspectos defensivos e ofensivos, notando-se também alguma falta de experiência nas principais rotinas de jogo por parte de alguns jogadores.
O início de campeonato, em termos de calendário, não foi o mais favorável à nossa equipa, estando nós em fase de crescimento “apanhamos” logo pela frente nas três primeiras jornadas, três equipas fortíssimas como o Lagoa e Benfica, Universidade do Algarve e Torpedos, o que em termos anímicos para os nossos apoiantes e para os nossos jogadores na sua maioria, em relação às outras equipas, menos experientes, que se encontravam todos pela primeira vez a assistir e participar numa prova nos nacionais, poderia ser um golpe muito duro para o resto da época.
Ás três derrotas obtidas nestes jogos juntou-se uma outra em casa frente a um adversário directo, o Louletano, que também estava pela primeira vez nestas andanças. Mas como referimos atrás os atletas escolhidos para formarem o plantel tinham como principal característica um carácter competitivo enorme e apesar das derrotas sabiam que elas se deviam de facto a alguns pormenores, erros defensivos, falhas na finalização e falta de experiência competitiva da equipa, e não à qualidade individual de cada atleta e ao potencial demonstrado em alguns momentos dos encontros em termos de colectivo.
À quinta jornada o primeiro prémio para o grupo, o primeiro ponto conquistado num campo de mais um grande clube, o Atlético CP, tendo a nossa equipa saído de lá com uma excelente exibição e com a sensação de que poderia ter conquistado algo mais.
Antes deste empate, a equipa já se tinha estriado na Taça de Portugal com uma derrota em Faro perante a Universidade do Algarve. O mês de Novembro trazia somente mais um jogo para o campeonato e mais uma vez iríamos defrontar no nosso pavilhão um adversário directo na luta pela manutenção, o Pico da Pedra.
Este jogo marcou um pouco o resto da época.
Para além de três pontos perdidos depois de estarmos a dominar todo o encontro, o nosso clube perdia também e por lesão um elemento importantíssimo na estratégia que estávamos a montar para a nossa equipa. Diogo Rosado, aquele que tinha sido o melhor marcador da época passada, lesionava-se gravemente perdendo a partir dali o resto da época.
Entravamos então no mês de Dezembro com um baixa importante no plantel, e com um único ponto em seis jornadas disputadas. O primeiro jogo deste mês colocou-nos pela frente mais uma forte equipa, o Vitória de Setúbal. Naquele que foi seguramente um dos piores jogos da época, a equipa saiu derrotada, mas este jogo serviu também como ponto de viragem. A partir daqui notou-se algum sentimento de revolta dentro do balneário, porque a equipa vinha trabalhando bem, notando-se melhorias em alguns aspectos que tinham sido alvo de aperfeiçoamento, mas sem resultados práticos em termos de resultados. No jogo seguinte a equipa recebia o Sonâmbulos tendo mais uma vez perdido um desafio em pequenos mas importantes pormenores.
As duas últimas jornadas deste mês eram vistas como fundamentais para o resto da temporada. Depois de perder com Louletano e Pico da Pedra, tínhamos forçosamente de ganhar a SL Évora e Nacional da Madeira. Mas assim não aconteceu. Com o SL Évora a equipa empatou, tendo depois na jornada seguinte perdido em casa com o Nacional, resultados que agora findada a época deixam transparecer que muito provávelmente foi aqui que deixamos fugir a permanência nos nacionais.
Estávamos então em mês de possíveis contratações. Tendo a equipa perdido Diogo Rosado por lesão e entretanto visto o abandono de João Tripa, juntando a isto o fraco contributo nos jogos por parte de Luís André, apesar da muito boa afluência aos treinos por parte dos atletas o que era certo é que era urgente tentar reforçar a equipa sob os mesmos critérios que tinham sido anteriormente escolhidos. Não havendo muito por onde escolher decidimos reforçar-nos com um homem da casa. Eduardo Soares iria a partir do final do mês de Janeiro fazer parte do nosso plantel.
O mês de Janeiro e o início deste novo ano mostraram uma "nova cara" da nossa equipa. O trabalho realizado até então começava agora a ter outro tido de resultados. A equipa mostrava-se mais adulta, mais confiante nas suas próprias capacidades e determinada em fazer bons resultados. O primeiro jogo do ano trouxe a primeira vitória no campeonato e logo num campo onde poucos tinham ganho. Uma vitória sofrida mas inteiramente merecida frente aos Pantufas vinha premiar este grupo de trabalho.
Após esta vitória a equipa tinha quatro jogos que se afiguravam muito difíceis, Fabril, Ismailitas, Lagoa e Benfica e Universidade do Algarve.
Com três derrotas e um empate, nestes quatro jogos notava-se o que já se vinha notando, um crescimento muito positivo em todos os aspectos da nossa equipa.
Iniciávamos então o mês de Fevereiro, já com a segunda volta em acção, onde tínhamos como saldo uma derrota e um empate a nossa equipa recebia agora no seu reduto a forte equipa dos Torpedos.
Este desafio trouxe o primeiro ponto em casa para a nossa equipa, mostrando e provando que a equipa estava a crescer jogo após jogo, tendo este empate sido conquistado já no final do encontro e depois da nossa equipa ter lutado com um fortíssimo espírito de equipa para a conquista desse mesmo ponto.
A deslocação seguinte trouxe para o clube a confirmação do valor desta equipa e do trabalho realizado até então. Num jogo quase perfeito a nossa equipa derrotava o Louletano que somente, até a esta data, tinha perdido dois jogos em casa.
Com quatro jornadas disputadas na segunda volta o saldo era muito bom. Uma derrota dois empates e uma vitória frente a formações de argumentos muito superiores aos nossos, o que nos fazia sonhar uma vez que teriamos ainda de jogar contra todas as equipas do "nosso" campeonato.
Chegava então o Atlético. Aquela que tinha sido a primeira equipa a quem tínhamos conquistado pontos.
Os jogadores do Atlético vinham seguramente com a concentração redobrada não só pelo facto do resultado da primeia volta, mas também pelos últimos resultados obtidos pela nossa equipa.
Mas este jogo viria a mostrar-se desastroso para nós. Talvez acusando um pouco o estado de graça e o deslumbramento que estávamos a viver derivado aos resultados obtidos, aliada à possibilidade agora mais real de puder ainda ficar na terceira divisão, os nossos jogadores com dois auto-golos e mais cinco golos obtidos em outros tantos erros da nossa equipa, todos eles bem aproveitados pela equipa adversária, fomos derrotados por números exagerados até porque os jogadores lutavam dentro de campo para mudar o rumo dos acontecimentos mas o destino esse estava traçado.
Urgia então levantar o moral das tropas apelando ao carácter dos atletas para não deixar que um mau resultado deitasse por terra o que estávamos aos poucos a conquistar.
O mês de Março trouxe com ele mais dois jogos e mais uma perda humana importantíssima.
A deslocação aos Açores, depois da derrota com o Atlético, era uma deslocação fundamental para o moral dos jogadores, pois uma derrota poderia nesta fase em termos anímicos ser muito desastrosa para o grupo de trabalho.
Só que, e não nos cansamos de enaltecer o espírito guerreiros dos nossos jogadores, esta deslocação trouxe mais uma vitória, esta conquistada a "ferros" pela nossa equipa. Uma vitória importantíssima em termos anímicos para todo o nosso grupo de trabalho.
O jogo seguinte colocava-nos pela frente o Vitória de Setúbal em nossa casa. A nossa equipa que até entrou muito bem no jogo, não aproveitou as oportunidades que teve para marcar, tendo sido castigada com uma derrota no final do encontro.
Mas mais grave e importante do que perder os três pontos, foi perder mais um jogador. Raul o nosso capitão, peça fundamental dentro do balneário, e que estava a realizar uma época positiva em termos individuais, lesionava-se com alguma gravidade, percebendo-se logo ali que tínhamos perdido mais um elemento para a recta final da época.
No mês de Abril a equipa efectuou quatro jogos. O primeiro em acerto de calendário a equipa deslocou-se até Tavira para defrontar o Sonâmbulos. Num jogo também para esquecer a equipa foi goleada por 8-1. Dário Pataquinho que sempre foi uma peça forte no esquema táctico da equipa via-se forçado a ter de deixar de treinar com os restantes companheiros devido a motivos profissionais, juntava-se então a Vítor Baião que por lesão falhou praticamente todo o mês de Março e o inicio deste mês de Abril, duas baixas na equipa, que começava a ver os seus treinos com pouco proveito em termos técnico-tácticos na preparação dos jogos.
Depois da derrota no Algarve recebíamos o SL Évora. Conquistamos aqui a nossa primeira vitória em casa. No jogo seguinte a nossa equipa deslocava-se à Madeira para defrontar o Nacional. Este jogo foi mais um de demonstração de forte carácter pelos nossos jogadores, que depois de um autêntico festival de golos falhados e da desmonstração em alguns momentos do jogo de um futsal jogado quase na perfeição, acaba por empatar a partida a duas bolas depois de estar a ganhar até quase ao final por duas bolas a zero.
No último jogo do mês a equipa do Baronia recebia o Pantufas. Um jogo que viria a tornar-se para todos aqueles que o assistiram e que nele participaram, como inesquecível.
Após uma semana dramática em virtude de por mera coincidência, para um mesmo dia, a equipa ver-se privada de sete atletas, uns por motivos profissionais, outros por lesão e outro por castigo, não poderiam dar o seu contributo à equipa. Deparamo-nos com dois guarda-redes disponíveis e 4 jogadores de campo sendo um deles Vítor Baião regressado de uma ausência de um mês e com duvidas até à hora do jogo para a sua utilização, fomos forçados a apelar a João Tripa para dar o seu contributo e ajudar um grupo de amigos e um clube que sempre o tinha tratado bem, em virtude de corrermos o risco de não termos jogadores para este desafio. João Tripa, e quem nele apostou e consentiu este regresso foram premiados. O Baronia ganhava o jogo por 3-1 com dois golos de João Tripa e um de Nuno Miguel.
Para este mês de Maio estavam reservados os últimos dois encontros do campeonato. Fabril e Ismailitas eram os adversários.
Já com o plantel a pedir férias com as reservas em baixo a deslocação ao Barreiro trouxe mais uma derrota.
O último jogo do campeonato trazia ao nosso pavilhão o campeão da nossa série, os Ismailitas. A nossa equipa perdia o jogo mas saia de campo vergada a uma forte salva de palmas por parte dos adeptos que sempre estiveram junto da equipa em todos os jogos em casa, e que constataram que apesar de tudo, aquele conjunto de homens que estava ali perante eles, tinha feito tudo o que estava ao seu alcance e que tinham dignificado e honrado as cores do clube e o nome da nossa Terra.
Para a história fica o Baronia como tendo sido a equipa que mais pontos fez de entre as equipas do Baixo Alentejo nos campeonatos nacionais de futsal, realizando 20 pontos, ficando à frente de equipas com outros argumentos como o Nacional da Madeira, GD Pico da Pedra e SL Évora.
Em termos de objectivos propostos eles foram conquistados, apesar de não nos mantermos no campeonato nacional, conseguimos resultados positivos em termos desportivos, ganhamos um grupo e uma base de trabalho para o futuro e acima de tudo em termos financeiros acabamos a época com um saldo francamente positivo.
Joaquim Fernandes, Paulo Pataquinho, João Carvalho, Felizardo Carvalho, Custódio Estanqueiro, como directores, Miguel Carvalho e Bruno Carvalho como técnicos, Vítor Dias, João Alexandre, Luís André, Jorge Santos, João Tripa, Nuno Miguel, Nuno Rosário, Dário Pataquinho, Vítor Baião, Diogo Rosado, Paulinho, Salvador Bom de Sousa, Raul Carvalho, Eduardo Soares e Bruno Maldonado como jogadores, cada um de sua forma e uns mais preponderantes que outros tornaram possível e ficam ligados de certa forma a esta época de estreia num campeonato nacional.
Para o ano pretendemos dar seguimento ao projecto iniciando agora a sua segunda fase do mesmo que mais lá para a frente vamos dar a conhecer.

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