sexta-feira, agosto 08, 2008

Futsal - Entrevista a Miguel Carvalho

Finalmente o treinador Miguel Carvalho concedeu ao blog do clube a entrevista prometida há muito tempo. O treinador acedeu a falar de alguma situações questionadas pelos nossos visitantes aqui no blog acerca da época passada e projectou também a próxima época.

Terminada a época de estreia no campeonato nacional, e com a descida de divisão, quais os aspectos que no seu entender foram mais importantes ao longo da época?

MC – Sem dúvida que os aspectos que considero mais importantes foram essencialmente a experiência adquirida ao longo da época por todos os elementos do plantel, equipa técnica e dirigentes e o forte espírito de grupo que conseguimos alcançar ficando todos com laços de amizade muito fortes.

Ao nível dos resultados obtidos, o que é que faltou para que a equipa ficasse na terceira divisão?

MC – Principalmente sorte em alguns momentos da época, a falta de experiência que se notava ainda no inicio da época e a má campanha nos jogos em casa.

No seu entender, e agora terminada a época e feito o balanço da mesma, acha que a estrutura do clube ficou abalada com a passagem por um campeonato muito exigente, dando assim razão às vozes que se faziam sentir nesse sentido?

MC – Penso que não. O melhor sinal disso é que a estrutura mantêm-se e penso que será melhorada em meios humanos. Em termos financeiro sei que a secção obteve um resultado positivo, daí que eu pense que o fundamento dessas vozes criticas não tenham razão de existir.

Sente então, como treinador e peça fundamental no projecto de futsal do GDC Baronia que o mesmo vai continuar?

MC – Naquilo que depender de mim e do GDC Baronia vai certamente.

Voltando agora a alguns factos da época passada, em Março a equipa ficou privada de alguns jogadores por diversas razões, colocando em perigo a participação num jogo por falta de atletas. Resolveu nesse momento recorrer a João Tripa que tinha abandonado o clube. Como explica esta decisão?

MC – Primeiro que tudo quero deixar bem claro que tal situação é contra os meus princípios, mas tratava-se de colocar os interesses do clube à frente dos meus princípios e ai tive de optar. A escolha pelo João deveu-se à sua amizade ao clube e aos antigos colegas que nunca esteve em causa, o pedido foi-lhe feito e ele aceitou-o prontamente.

A reacção do grupo quando lhes fui comunicada essa situação foi positiva ou negativa?

MC – Foi uma reacção positiva, pois tinha deixado o grupo a bem, como referi atrás o João deixou laços fortes de amizade com todo o grupo de trabalho.

Foi acusado várias vezes de não apostar mais no jogador Paulinho. Tendo sido este jogador uma contratação tida como muito importante no início da época, como explica o facto de o jogador não ter sido uma aposta mais forte e consistente por sua parte?

MC – Apesar de ser um jogador cujas capacidades técnicas não estão em causa, pois trata-se de um excelente executante na modalidade, o que é certo é que nunca conseguiu, quer em termos físicos quer em termos psicológicos, em alguns momentos da época, atingir um patamar aceitável comparativamente com a maior parte dos elementos do grupo, daí não ter sido uma aposta mais consistente no seio da equipa.

Pelas suas palavras podemos entender que o jogador não se esforçava e não rendeu o que se esperava?

MC – O que pode entender, e é essa a verdade, é que o Paulinho pode render muito mais, desde que consiga uma estabilidade em termos físicos e psicológicos maior do que aquela que ele atingiu-o aqui.

Mas o Paulinho em termos puramente estatísticos, foi o terceiro melhor marcador e atendendo aos minutos jogados tal facto parecemos muito positivo. Não terá havido falta de entendimento da sua parte em perceber as características deste jogador?

MC – As estatísticas valem o que valem, e o que é certo é que só se fala desse facto, mas não, ele não jogou mais não por falta de entendimento da minha parte às suas características mas sim porque a sua condição física e anímica nunca foram as melhores. Nenhum treinador tendo um jogador como o Paulinho em perfeitas condições, não o colocaria a jogar mais. As exigências de um campeonato distrital são diferentes das exigências de um campeonato nacional e todos os jogadores têm que entender isso, eu pessoalmente só desejo as maiores felicidades ao Paulinho para o seu futuro.

O Luís André foi outro caso estranho. Na última entrevista concedia ao blog referiu que este atleta embora não fosse uma opção regular nos jogos era importante pelas suas presenças nos treinos. Terminada a época acha mesmo que esta foi uma boa opção?

MC – Todos os jogadores são boas opções até prova em contrário, este foi até uma certa altura uma boa opção, e com muita pena minha deixou-o de o ser por problemas de ordem profissional.

Que balanço faz da época a nível desportivo? Sentiu alguma evolução na equipa? Que aspectos positivos e negativos quer destacar?

MC – Faço um balanço positivo, visto a equipa ter crescido ao longo da época em termos técnico-tácticos, tendo atingido patamares bastante aceitáveis para a estrutura do clube comparando com outros clubes. De positivo destaco o grupo forte e coeso que conseguimos criar, a evolução da equipa como já referi e de cada um dos elementos e a imagem agradável que deixamos para um clube totalmente desconhecido nestas andanças. De negativo destaco as lesões graves do Diogo e do nosso capitão Raul e o facto de não termos conseguido ficar neste campeonato.

As lesões de Raul e Diogo afectaram a equipa de trabalho? Que tipo de apoio foi dado a estes pelo clube?

MC – Afectaram claro, ainda para mais tratando-se de dois jogadores importantes no seio do grupo, mas a vida continua e tivemos que continuar com os que ficaram. O clube deu todo o apoio possível e pedido pelos atletas.

Serão jogadores no seu entender recuperáveis para a próxima época?

MC – Gostaria que isso fosse possível mas sabemos que será muito difícil pois são lesões que requerem grandes tempos de recuperação.

Falando agora da próxima época, e com o regresso ao distrital, algumas vozes têm se feito escutar pela demora de notícias acerca da estruturação da mesma. É verdade que têm tido muitos problemas em definir o plantel para próxima época?

MC – Assim que terminou a época grande parte dos atletas que componham o plantel comprometeram-se desde logo para a nova época que está para começar e não é verdade que estamos com dificuldades em definir o plantel pois o mesmo está já algum tempo bem definido. O que se passa é que no nosso entender ainda não foi o timing correcto para publicar essas notícias.

E pode avançar já alguns dos jogadores que vão permanecer e os que vão entrar?

MC – Ainda não, daqui a uns dias saberão.

E quantos elementos vão compor o plantel?

MC – O plantel não terá seguramente mais de 14 atletas.

Quando vai começar a pré-época?

MC – Dia 1 de Setembro.

Têm sido dito também aqui no blog que o clube poderia vir a ter um equipa de formação, nomeadamente uma equipa de juniores é verdade?

MC – Essa é uma ambição que vem desde o primeiro dia em que pensamos formar uma secção de futsal no clube. Mas infelizmente não têm sido possível, porque não existe competição ao nível dos escalões de formação no nosso distrito, por isso não é verdade que vamos formar uma equipa de juniores esta época.

Já que fala em não haver competição para escalões de formação no nosso distrito, tem circulado em alguns meios de comunicação que esteve em risco de não haver campeonato para os seniores este ano é verdade?

MC – Esta pergunta vêm desde logo mostrar o porque da demora na publicação de notícias acerca da próxima época. Pois a três dias do fecho das inscrições somente duas equipas estavam inscritas, e segundo conseguimos apurar das sete equipas actualmente inscritas ainda não é totalmente certo que todas participem.

O que é que o GDC Baronia vai fazer para tentar melhorar em termos competitivos e também para tentar aumentar o número de equipas no nosso distrito?

MC – Seguramente, tendo também em conta o número de equipas, iremos propor à associação a realização de um torneio de abertura e de um novo modelo competitivo para a taça de distrito.

Quais foram os objectivos colocados pelo clube para a próxima época?

MC – Em primeiro lugar honrar a camisola do clube em todos os locais onde iremos jogar, e depois que possamos lutar pelo primeiro lugar e ir o mais longe possível na taça de distrito.

Que apelo e mensagem quer deixar aos associados e simpatizantes do clube?

MC – Que continuem a apoiar-nos como têm feito até então que da nossa parte todo faremos para lhes proporcionarmos bons momentos de alegria, pois sem o apoio desta grande massa adepta o nosso projecto não fará qualquer sentido.

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